sábado, 9 de outubro de 2010

Carta Aberta do Pr. Elinaldo Renovato de Lima aos cristãos brasileiros





Prezados irmãos em Cristo, e amigos de outras denominações
A Paz do Senhor


A CNBB mantém sua posição contrária à candidata do PT. E nós, evangélicos, também precisamos nos posicionar, como fizemos no primeiro turno das eleições de 2010. Graças a Deus, o Exmo. Sr. Presidente da República, a senhora Dilma, sua candidata, e o Partido dos Trabalhadores (O Partido do Aborto), reconhec eram a força do segmento evangélico, e dos católicos verdadeiros, que têm líderes autênticos, em sua religião.


Dona Dilma assinou o seu programa de governo, que é de conhecimento de todos, incluindo as determinações do famigerado Programa Nacional de Direitos Humanos, que prevê a descriminalização do aborto, a ponto de defender que a matança dos inocentes, dos seres humanos, em formação, seja liberada em qualquer estágio da gestação. Imagine uma mulher, com quase nove meses de gestação, praticar o aborto, no sistema de saúde, com total apoio da lei, e do governo!!


O ABORTO É CRIME HEDIONDO! Na entrevista à revista Marie Claire, dona Dilma afirmou com todas as palavras que é favorável ao infanticídio, usando aguamentos falaciosos, em defesa das mulheres pobres, que abortam em condições precárias. E, seguindo as declarações de seu Tutor Maior, presidente Lula, ela diz que aborto não é questão de foro íntimo, e, sim é uma "QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA". Um absurdo vergonhoso!


Nós cremos que a vida é um dom de Deus. Só Ele pode dá-la, através das leis da reprodução humana, e só a Ele cabe tirá-la, direta ou indiretamente. Enquanto os materialistas do Partido do Aborto acham que o feto ou embrião é apenas um amontoado de céu lulas, sem nenhum direito à vida, lembremos o que diz a Bíblia:


"Pois possuíste o meu interior; entreceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras a e minha alma o sabe muito bem.... os teus olhos viram o meu corpo ainda informe" (Sl 139.13-15).

Deus vê o embrião, com suas células indiferenciadas, "o corpo ainda informe", como um ser humano, uma pessoa, e não um monte de tecidos a serem destruídos por ácido, ou arrancado, pedaço por pedaço, de modo violento, e lançado no lixo hospitalar.


Pois bem. A candidata do governo, atendendo aos anseios das feministas, materialistas, e à ala radical do Partido dos Trabalhadores, expressou que concorda com esse crime hediondo. Mas, agora, quando teve que amargar a ida para o segundo turno, a despeito de ter o apoio do "todo-poderoso" presidente Lula, que debocha de tudo e de todos, por causa de sua imensa popularidade, AGORA, ela vem a público para dizer que não apóia o aborto! Que oportunismo! Que desfaçatez! Que desprezo à inteligência e ao discernimento dos que não votaram nela!


Será que vamos nos deixar enganar por esse "canto de sereia" da candidata petista?


E mais: O PT, agora, temendo a derrota de sua candidata, resolve TIRAR O ABORTO DE SEU PROGRAMA PARA ESTANCAR QUEDA DE DILMA ENTRE RELIGIOSOS!! Só para eleger Dilma? E depois, quando a ONU pressionar; quando a Fundação Rockfeller, a Fundação Mac Arthur e inúmeras ONGS pressionarem, pelo cumprimento das "Metas do Milênio"? Será que, sendo eleita, Dilma vai deixar de atender?


O Presidente Lula disse que não queria as igrejas, tratando do assunto do aborto, pois seria "questão de saúde pública". E agora, é assunto dos evangélicos, dos católicos sérios? O PT já reconhece que o segmento evangélico tem algum valor?


Caros irmãos, Stálin prometeu liberdade religiosa. E sabemos o que deu. A constituição russa previa liberdade de culto. E vimos o que deu! As pessoas acreditaram. Fidel Castro prometeu liberdade. Vejam o que deu. Chávez prometeu liberdade. Sabemos o que está acontecendo na Venezuela. E nossos governantes, do Planalto apóiam esses ditadores! Dá para acreditar em Dilma, quando ela diz que não apóia o aborto? Se ela segue piamente a cartilha do Presidente Lula?


Só falta ela dizer, para ganhar o apoio dos evangélicos e dos católicos sérios, que não apóia a "união civil de pessoas do mesmo sexo", que faz parte integrante de seu programa de governo. Será que os homens e mulheres, cristãos, que valorizam a vida, em qualquer dos seus estágios, vão se deixar enganar pelas promessas de campanha da Sra. Dilma? Não podemos acreditar nisso. A não ser que sejamos tão ingênuos e infantis, que não percebemos as armadilhas que estão por trás de tais promessas de última hora. Quando as pesquisas estavam de seu lado, Dilma não deu a mínima para os evangélicos. E deu atenção aos evangélicos, que estão interessados em se proteger, por trás do manto do governo. Só Deus sabe porquê.


E vem o senador Marcelo Crivella, a quem tanto admirei, por suas obras sociais, dizer de público, que vai criar uma "Força-Tarefa" para defender a candidata do PT, pois os evangélicos se equivocaram. Era só o que faltava! O senador tem suas razões e seus interesses. Nós defendemos os interesses do Reino de Deus!.


Diversos servos de Deus, como Pastor Paschoal Piragine, da igreja Batista de Curitiba, Pr. Silas Malafaia, e o utros, levantaram a voz contra o programa iníquo de falsos direitos humanos. De minha pequena trincheira, dei minha modesta colaboração. E espero que Deus faça o que não podemos fazer, não deixando o Brasil cair nas mãos dos que estão ao lado da iniqüidade.


Há evangélicos que criticam nossa posição, afirmando que deveríamos combater as iniqüidades dos pastores, dos ministérios oportunistas, que deveríamos combater o capitalismo, etc. Concordo. Mas a hora é de combater o oportunismo político, que quer usar os evangélicos como massa de manobra, em favor de um programa de governo que é institucional, e quer jogar na lata do lixo os princípios cristãos.


Desse modo, de minha pequena posição, como ministro do evangelho, alerto para que não caiamos no conto de ultima hora, da candidata do PT. Se esse programa de governo, que ela assinou e defende, maldições e mais maldições virão sobre nossa nação.


Deus Salve o Brasil!!


Se o presidente da República, "fora do expediente", pode dizer em que vota, eu também, "fora do expediente pastoral", digo que votarei no senhor Serra. Não que ele seja perfeito, que aprove todas as suas idéias. Pelo menos, ele tem sido ponderado, com relação aos temas caros para a fé cristã. Votei em Marina e espero que ela apóie o Serra para presidente. Esse é o meu alerta e meu conselho.


Em Cristo,


Elinaldo Renovato de Lima - Pastor

sábado, 25 de setembro de 2010

Exegese e Exposição Bíblica.








Exegese e Exposição Bíblica
Exposição bíblica é o comentário de uma perícope bíblica, seja verbal seja escrita. A essência da exposição é a explicação. Exclusivamente no contexto eclesiástico, a exposição se realiza no cenário da Teologia Prática por meio da pregação ou do ensino. Esses dois momentos indissociáveis da liturgia cristã propõem-se a expor, narrar, explicar e interpretar o texto litúrgico, utilizando-se de variegados métodos que cumpram os propósitos delineados. Geralmente esses métodos e as técnicas envolvidas na exposição bíblica dependem da perícia de quem as usam, e diferem-se entre as técnicas retóricas da pregação e as técnicas e métodos exegéticos.


Neste particular se insere a dicotomia entre o real e o ideal. A experiência tem ensinado que essas duas habilidades nem sempre estão associadas a um mesmo expositor, podendo ser ele um excelente orador sem dominar uma única regra da exegese e ser um excelente exegeta sem a sensibilidade expositiva de um pregador. Estabelecido essa premissa passemos a responder à indagação posterior: O ideal é a osmose entre essas duas habilidades e o completo domínio de ambas as técnicas pelo preletor. Por conseguinte, a exegese e a exposição bíblica, fundem-se nos meandros do exercício do ministério cristão, através da habilidade hermenêutica e exegética do mestre, da perícia homilética do pregador e da ação noutética do pastor (Cl 3.16).



A finalidade do conluio entre a exposição bíblica e a exegese é guiar-nos a uma compreensão adequada de Deus através de Cristo, a Palavra Encarnada. As interpretações dos textos vétero e neotestamentários devem ser o efeito de uma preocupação evangelística e pastoral, mais do que técnica e documental. A exegese deve ser um instrumento que conduza o homem a Deus.[1] Nesta altura podemos tirar uma ilação das características essenciais da exposição bíblica, alicerçada numa exegese responsável e acadêmica. Para cumprir o propósito dessa assertiva fortaleceremos o argumento com os textos de Rm 15.14; Cl 1.28; 3.16; Ef 4.11-16. A saber:

1. A exposição bíblica é acima de tudo, uma explicação da perícope bíblica com o fim de evangelizar, exortar, consolar e edificar o corpo místico de Cristo, a Igreja.

2. A exposição bíblica é exegeticamente fiel ao contexto e a intenção autoral.




3. A exposição bíblica de um texto litúrgico é coesa com o restante das Escrituras.


4. A exposição bíblica baseia-se na exegese crítica de um texto e rejeita as justificativas infundadas concernentes ao texto bíblico.







Dois Níveis de Exposição Bíblica: Científica e Eclesiástica
Para retomar, de outro modo, a generalidade do problema, somos desafiados pela urdidura do comentário anterior, a deslindar os limites e ênfases de duas características essenciais da Exegese Bíblica: A Científica ou Acadêmica e a Eclesiástica ou Pastoral. [2] Embora sejam categorias da mesma ciência, estão sempre em busca do enlace ou do divórcio e, é na prática ministerial que este embate titânico se manifesta.




1. Exegese Científica. Sabedores de que os termos “científico” e “eclesiástico” são polimorfos e, portanto, sujeitos a re-interpretações, julgamos necessário limitar o sentido destes vocábulos dentro do contexto empregado. Por Exegese Acadêmica entende-se a análise que incidi sobre o texto todos os recursos teóricos, lingüísticos, gramaticais e históricos subsidiados quer pela Crítica Textual, quer pela Crítica literária, ou pela Crítica Histórica ou quaisquer meios disponíveis ao saber humano numa base racional que exclui todo e qualquer saber não-racional.




2. Exegese Pastoral. No reverso da Exegese Científica temos a Exegese Pastoral. Registre-se, portanto, que, ao diferenciar essas duas formas metodológicas de exegese não se quer dizer que a exegese pastoral seja a-científica, ao contrário, ela possui suas bases metodológicas, mas sua ênfase está estritamente relacionada à vida da comunidade eclesial. Por Exegese Eclesiástica ou Pastoral entende-se a exegese que se ocupa da exposição da perícope bíblica dentro da esfera litúrgica ou catequética, visando, por exemplo, não o destrinchar dos conteúdos do quadrado semiótico [3] que compõem o texto, mas a sua exposição edificante, consoladora e noutética.




A distinção entre essas duas visões nem sempre é clara, havendo mesmo aqueles que negam a distinção entre uma e outra. Simiam-Yofre considera que a distinção entre essa bifurcação dentro da exegese seria equivalente à existente entre pesquisa pura e aplicada:

A pesquisa pura se pergunta sobre o porquê de cada coisa no interior de determinado sistema científico, dela podendo brotar ou não resultados concretos utilizáveis pela técnica. Já a pesquisa aplicada destina-se a resolver problemas concretos. A exegese pastoral se encontraria mais próxima da pesquisa aplicada que da pura, e o problema concreto a resolver seria o do crescimento e maturação da vida cristã no indivíduo e na sociedade.[4]

A exegese bíblica é apenas uma, e a distinção entre acadêmica e pastoral está intrinsecamente relacionada apenas à aplicação e a ênfase, e não necessariamente a metodologia.




O exegeta além de nutrir-se de todos os progressos da investigação lingüística, literária e hermenêutica, bebe na fonte dos gêneros literários acrescentando os saberes da retórica, da narrativa, e do estruturalismo, como ciências auxiliares ao texto bíblico. Se não bastassem esses conhecimentos, vale-se ainda das ciências humanas em suas múltiplas abordagens. Portanto, a ciência exegética está em constante construção adotando o que cada período traz de contribuição à exegese bíblica.

Nem sempre, o eclesiástico cuja atividade está limitada a ação poemênica é capaz de acompanhar os progressos metodológicos da ciência exegética, forçando ainda mais o aparecimento e fortalecimento de uma classe acadêmica cuja entonação é a sistematização desse conhecimento.


Em 2 Timóteo 2.15, a Palavra de Deus nos incentiva a sermos obreiros que manejam bem a Palavra da verdade. E manejar bem, literalmente, significa dividir bem, não confundindo os assuntos. Algumas analogias quanto ao significado do verbo, originalmente, são: um arado fazendo um sulco na terra, uma máquina abrindo uma estrada, um pedreiro medindo e cortando uma pedra, mas tudo em linha reta.
Muitos desvios da verdade ocorrem por falta de bom manejo da Palavra. O exegeta que se preza conhece as principais divisões da Bíblia, como os dois Testamentos; os três povos (judeus, gentios e cristãos); as duas vindas de Jesus; as duas etapas da Segunda Vinda; as alianças; os juízos, enfim.
Tenho visto grandes personalidades do meio evangélico fazendo confusão quanto aos juízos bíblicos. Tomam um julgamento pelo outro, não levando em consideração o contexto. Um dia desses, por exemplo, alguém citou um conhecido teólogo que usou o texto de Mateus 25.31-46 numa referência ao Juízo Final. Pensando nisso, resolvi escrever este artigo, com a intenção de estimular os meus leitores a estudarem com afinco os, pelo menos, sete julgamentos constantes das páginas sagradas.
É claro que a minha abordagem é sucinta e objetiva, pois um estudo sobre os juízos divinos abrange toda a Escritura, posto que há inter-relação deles com várias doutrinas fundamentais. Portanto, se o leitor pensa que eu responderei aqui, neste breve texto, a todas as perguntas sobre o assunto, ficará decepcionado. Este artigo é apenas uma maneira de estimulá-lo a aprofundar-se em suas análises, a fim de que não chegue a conclusões apressadas.
A distinção entre os juízos divinos se dá em razão de quatro aspectos diferenciadores: os participantes, o local, o tempo e o resultado de cada um. O meu desejo é, em breve, escrever um artigo para cada um desses julgamentos, mas, por enquanto, apresento aos leitores deste weblog apenas uma abordagem panorâmica.
Julgamento do pecado original. Na cruz, o Senhor Jesus recebeu em seu corpo a sentença divina, morrendo por todos os pecadores (Jo 5.25; 12.31; 19.17,18; 1 Pe 2.24; 3.18; Gl 3.13; Cl 2.13-15; 2 Co 5.21; Hb 9.26). Por isso, nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus (Rm 8.1; Jo 5.24).
Julgamento dos pecados atuais do crente. Hoje, quando um servo de Deus peca, tem o Senhor Jesus como o seu Advogado, mas deve fazer sempre um auto-julgamento, confessando os seus pecados e colocando-se diante do Senhor (1 Jo 2.1,2; 1 Co 11.31,32; Hb 3.12,13; 12.7; 1 Pe 4.17; 1 Co 5; 1 Tm 1.20; Tg 5.16; 1 Co 4.3,4).
O Tribunal de Cristo. Logo após o Arrebatamento da Igreja, ocorrerá ? ainda nos ares ? o Tribunal de Cristo. É importante não confundirmos esse julgamento com os outros mencionados nas páginas sagradas. Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (2 Co 5.9,10; Rm 14.10-12; 1 Jo 4.17). Não se trata aqui de juízo para condenação, mas para avaliação do trabalho que temos feito para o Senhor (1 Co 3.10-15; 2 Tm 4.7,8).
Julgamento de Israel. A nação israelita será julgada durante a Grande Tribulação. E o texto de Daniel 12.1 enfatiza que ?... livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro?.
Julgamento das Nações. O Senhor Jesus e sua Igreja, arrebatada por Ele antes da Grande Tribulação (1 Tessalonicenses ? toda a epístola), pisarão na terra (Zc 14.4). E as nações (ou os representantes delas) serão julgadas antes da instauração do Milênio (Mt 13.40-46; Jl 3.1,2,12-14; Sl 9.8). O texto de Mateus 25.31ss dá detalhes desse julgamento, mostrando quais serão os critérios adotados pelo Justo Juiz para absolver ou condenar.
Julgamento do Diabo e suas hostes. Satanás será julgado em instância final ? pois já foi condenado por antecipação (Jo 16.11) ? e lançado no Inferno, juntamente com seus emissários, após a sua última e rápida revolta, que se dará logo após o Milênio. É claro que os chamados amilenaristas e pós-milenaristas não concordam com essa assertiva, porém ela é biblicamente verdadeira e incontestável à luz de Apocalipse 20.10, Romanos 16.20, 1 Coríntios 6.3, Judas v.6, 2 Pedro 2.4, etc.
O Trono Branco. Este é o último grande julgamento, o Juízo Final, para condenar todos aqueles cujos nomes não estiverem inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 20.5-11; At 17.31; Rm 2.12-16). É nesse último grande juízo que o Justo Juiz dirá aos falsos obreiros ?Nunca vos conheci? (Mt 7.23). Alguns teólogos pensam que aqui o Senhor se referiu aos não-eleitos, mas o termo grego ginõskõ denota que Ele nunca aprovou (cf. o uso do termo grego com esse sentido em Rm 7.15), reconheceu ou deu crédito ao trabalho dos obreiros que não fazem a sua vontade. O Senhor só tem relacionamento aprovador com quem o ama, o serve e persevera em segui-lo (Gn 18.19; Sl 1.6; Jo 10.14,27; 1 Co 8.3; Na 1.7; Gl 4.9; 2 Pe 2.20-22; Ap 3.11).

Estudo do Pr.Ciro Sanchez Zibordi(extraido do site da igreja Assembléia de Deus de Porto Velho)

Como conhecer um falso profeta ?

Em Mateus 7:15-23, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo faz uma surpreendente advertência.

Segundo Ele, os falsos profetas: profetizarão, expulsarão demônios e farão muitos milagres. E, pasmem, tudo isso em nome de Jesus.

É interessante notar que as 'procissões evangélicas' dos dias atuais se movem exatamente em busca desses três sinais: profecias, libertação espiritual e milagres. Milhares de pessoas cruzam as nações de ponta a ponta em busca do grande 'preletor' ou 'conferencista', como se este tivesse mais direito ao Santo dos Santos do que qualquer um dos eleitos. Desconhecem, portanto, Hebreus 10:19.

Sem entrar no mérito das manifestações do poder de Deus, por entender que estas pertencem somente a Ele, vamos observar as palavras do Salvador por outro prisma. Como saber, em meio às profecias, curas e milagres, aquele homem (ou mulher) lá em cima do púlpito, centralizando todas as atenções, é realmente um enviado do Senhor dos Exércitos?

O argumento de que só o fato de haver uma manifestação sobrenatural é selo inquestionável da unção de Deus não se sustenta biblicamente. Uma jumenta viu anjos. Isso por acaso quer dizer que ela estava ungida ou consagrada?

Por outro lado o profeta Jeremias pregou a Palavra por vinte e três anos (Jeremias 25:3) e ninguém deu ouvido. Isso faz dele um pregador menos ungido do que o irmão que pregou na noite passada e dez, cem ou mil pessoas se converteram?

Se não aceitarmos imediatamente o princípio de que Deus não depende de quem quer que seja para executar seus propósitos soberanos, seremos sérios candidatos a nos impressionarmos com sinais e, por conseqüência, com os agentes humanos que ali canalizam as atenções como se estes fossem super-homens.

Deus faz o que quer, quando quer, a quem quer, no lugar que escolhe. Por isso ele é Deus.

No contexto da mensagem que nos serve de ponto de partida, nosso Senhor Jesus Cristo trata de nos abrir os olhos a respeito dos falsos profetas através de uma instrução simples e direta: "Pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:16a).

Parece pouco, mas diz absolutamente tudo que precisamos ouvir e entender.

Observe que Jesus não diz "Pelos sinais miraculosos os conhecereis" ou "Pelo modo eloqüente como prega a palavra os conhecereis" nem "Pelo número de almas que ganham em uma noite os conhecereis".

E por que não diz?

Porque os sinais, quem faz é Ele, Deus (Salmos 62:11). A Palavra é dEle, e nunca volta vazia (Isaías 55:11). E quem convence o pecador é o Espírito Santo (João 16:8). Ninguém leva ninguém à salvação, porque a salvação pertence a Deus (Jonas 2:9).

Logo, se começarmos a atribuir manifestações do poder de Deus à presença de pregador esse ou aquele, estamos declarando com as nossas próprias bocas: "Não conhecemos a Deus".

É de se pensar às vezes se Moisés ressuscitou. Mas não é o caso. (Deuteronômio 34:10).
Muitas vezes temos dificuldades em observar os frutos citados por Jesus porque os 'grandes' conferencistas modernos trocaram o convívio fraternal da igreja por estúdios midiáticos. Estão sempre engomadinhos, impecáveis, dizendo: "Receba sua bênção!" ou "Tome posse de sua vitória!", como se cristianismo fosse uma grande festa aos sentidos materiais e concretos. Só conhecemos de suas personalidades o que permitem que seja divulgado por suas assessoria de imprensa.

Mas há outras formas de saber quem é quem...

Como reconhecer, pela Palavra de Deus, um falso profeta?

1. Deuteronômio 13:1-5

Essa passagem nos mostra porque não devemos nos deixar seduzir por sinais.
Nunca é demais lembrar que satanás tem autorização para operar feitos sobrenaturais (II Tessalonicenses 2:9; Apocalipse 13:13-14) e, afinal de contas, quem são os seus principais instrumentos? Isso mesmo: os falsos profetas (Mateus 24:24).
Sinais podem se tornar uma grande espada de dois gumes.

Daí o Senhor advertir o povo de Israel, ainda no deserto, do risco. O sinal se cumpriu, logo, o falso profeta se sentiu à vontade para desencaminhar o povo ("sigamos outros deuses").

Só que não fazia muito tempo, Deus tinha dito "Não terás outros deuses diante de mim" (Deuteronômio 5:7). Como é que agora isso poderia ser alterado?
É essa a primeira pista: o falso profeta consegue, com tremenda sutileza, inserir heresias ou doutrinas anti-bíblicas no seio da igreja do Senhor. E ai de quem contestá-los. Eis alguns exemplos: dois dilúvios, satanás como irmão de Jesus Cristo, Deus não sendo uma trindade, e sim, nove manifestações (nesse caso deveria se chamar 'novidade'), Eva parindo pela costela até antes do pecado, Moisés ressuscitado por Deus para poder se transfigurar, exigência para que se fale em línguas estranhas, pessoas perdoando a Deus (essa é das melhores), quebras de maldições hereditárias, comunhão com sociedades secretas, etc. Mas isso é só a ponta do iceberg.

O falso profeta não resiste ao crivo da Palavra de Deus, enquanto que o verdadeiro enviado não ousa, nem por um só momento, tirar ou acrescentar uma só vírgula às Sagradas Escrituras.

Quer conhecer um falso profeta?

Preste atenção no que ele prega.
São alérgicos a bereanos.

2. Vamos comparar os textos abaixo:

Números 22:5-7 (O exemplo de Balaão)
II Reis 5:15-16 (O exemplo de Eliseu)
Falsos profetas têm vocação mercenária. Não podem ver dinheiro, status, flashes, câmeras...
Jesus Cristo adverte contra eles em João 10:12 "O mercenário, a quem não pertence as ovelhas, não é o pastor..." – É verdade. O que tem de gente levando o título de pastor, mas que não tem nenhum rebanho.

Balaão considerou seriamente a proposta de Balaque para amaldiçoar os filhos de Israel. Mesmo assim Deus continuou falando com ele, o que desfaz o mito de que todo aquele com quem Deus fala é um profeta seu. Deus falou com Nabucodonosor, e este até escreveu uma passagem inteira nas Escrituras (Daniel 4). Isso faz de Nabucodonosor um profeta? Mas interessante é notar que nem a Bíblia chama Balaão de profeta. Ou seja, era um falso profeta, movido pela ganância (Judas 11).

Nos dias de hoje, unção virou produto negociável. E quão caro tem se tornado. Ultrapassando as fronteiras do razoável, os profetas dos séculos XX e XXI têm seus cachês fixados a peso de ouro, para, em um ou dois dias, levarem uma mensagem pela qual não pagaram um centavo para receber (Mateus 10:8). Isso para não falar nas exigências mais esdrúxulas e curiosas, como hotel cinco estrelas, carro com motorista, comida especial, etc.

Por isso se prega tanto prosperidade hoje em dia. Afinal, como justificar toda essa opulência se eu não disser que o que Deus quer para minha vida é uma casa com vinte cômodos e uma Ferrari na garagem?

Quer conhecer um falso profeta?

Veja como ele age em relação a dinheiro.
Seu dinheiro, é claro...

3. Isaías 65:5

Falsos profetas são metidos a prima-donas. Olham do alto de suas cifras para o resto da humanidade com aquele ar de compaixão e pena que só se tem quando se olha para algo bem deprimente, bem abaixo dos nossos níveis.

Mas pergunte a algum deles quando foi a última vez que pregou para menos de cem pessoas, em uma igrejinha humilde. Talvez décadas atrás, em início de 'carreira', quando ainda conhecia o significado da palavra humildade. Mas certamente terá grandes dificuldades para lembrar.
Jamais se preocupariam com um insignificante ferro de machado (II Reis 6:1-7). Agem de acordo de acordo com a modernidade. Estão em constante mutação.
Em II Reis 1:7, o rei de Israel, Acazias, perguntou a seus subordinados sobre a aparência de um homem que havia lhe mandado uma mensagem. Quando lhe disseram "Era um homem vestido de pêlos, com os lombos cingidos de um cinto de couro" (II Reis 1:8), o rei imediatamente concluiu "É Elias, o tisbita".

Profetas de Deus têm personalidade, não se deixam levar por modismos ou tendências, e nem mudam seu discurso em função das circunstâncias.

Há casos interessantes. Um profeta vai ao púlpito e diz que Deus lhe mostrou que as mulheres não deveriam usar brincos, pois aquilo não agradava a Deus. Cinco anos depois recebem 'pastoras' de brinco em suas igrejas e dizem "Vamos ouvir essa mulher de Deus esta noite!"

Quer conhecer um falso profeta?

Observe seu discurso, postura e atitudes e veja como eram essas coisas a cinco, dez, vinte anos atrás.
Muitos de nós vamos nos perguntar: "É a mesma pessoa?"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

PROFETISMO E PROFETAS

“Se você sofre com a desobediência do povo de Deus – chore ao lado de Jeremias. Se precisares decidir entre adorar a Deus ou ao ídolo do rei – aprenda com Daniel. Se precisares de purificação apresente a língua a Isaías”.



Essa máxima ilustra o quanto os livros dos profetas têm orientado e fortalecido a fé de muitos cristãos em todo o mundo e em todas as épocas. O aforismo também demonstra a condescendência e empatia dos fiéis profetas de Yahweh com o sofrimento de todos os cristãos portadores de uma mensagem divina, quer seja para o mundo, quer seja para a igreja. Somente este fato já seria suficiente para impelir-nos a estudar conscienciosamente os livros proféticos.

Para compreendermos os livros proféticos, não é necessário apenas uma empatia existencial entre o texto e o leitor, como deseja a nova hermenêutica, mas uma introspecção com o ambiente histórico-cultural do autor. A Bíblia não é apenas importante pelo que significa para nós hoje, mas, por tratar de questões histórico-vivenciais do passado que se tornaram, pela inspiração divina, Palavra de Deus. É assim que os Salmos messiânicos de Davi, que tratam do sofrimento do monarca, não se interpretam somente à luz da história do rei, mas também à luz da revelação histórica e profética posterior - Jesus Cristo.


O Ofício Profético e Sua Instituição

O ofício profético organizado em Israel remonta aos dias do profeta Samuel. Foi ele quem deu origem ao ofício de profeta como uma ordem ou classe organizada. Nesse sentido, ele é “o primeiro dos profetas” – distinção que as Escrituras neotestamentárias reconhece perfeitamente: “E todos os profetas desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.24 cf. 13.20; Hb 11.32).

As escolas de profetas foram fundadas a partir dos dias de Samuel e não anteriormente. A primeira menção dessa classe organizada é a escola por ele fundada, que ficava em Ramá (1 Sm 19.20). Essas escolas eram centros de vida religiosa, onde se buscava a comunhão com Deus mediante a oração e meditação. É evidente que estudavam as profecias, inquirindo sobre o tempo de seu cumprimento (1 Pd 1.10-12), além de recordarem os grandes feitos de Deus no passado. Através dessas escolas, cresceu em Israel uma ordem profética reconhecida (2 Rs 2.3,5).[1]


O Profeta Normativo

Sabe-se que, mesmo antes da organização dos profetas como uma ordem, eles remontam aos primórdios bíblicos: Abraão, Moisés e o próprio Samuel, são usados como referências (Dt 18.15; Jz 4.4; 2 Rs 22.14; 1 Sm 3.20).

Abraão foi a primeira pessoa a quem a Escritura chama de profeta (Gn 20.7 cf. Sl 105.15). A normatização veio posteriormente através da vida e pessoa de Moisés, que passou a constituir padrão de comparação para todos os profetas futuros (Dt 18.15-19; 34.10). [2]

As principais características posteriores encontradas nos profetas foram, a priori, regulamentadas através da experiência profética de Moisés. Senão, vejamos:

a) Uma chamada específica e particular de Deus (Êx 3.14.17 cf. Is 6; Jr 1.4-19; Ez 1-3; Os 1.2; Am 7.14,15; Jn 1.1). Conforme esses textos, o objetivo primário da chamada profética era uma introdução à presença de Deus (Jr 23.18). Assim sendo, o profeta aparecia perante o povo na qualidade de um homem que se apresentara diante de Deus (Êx 4.10-16), tal como aconteceu a Moisés. O sinal preponderante que marcava a validade de um profeta e sua profecia era a chamada de Deus. Essa vocação dava ao profeta crédito de entrar diretamente na presença divina, a fim de receber a mensagem. Muitos profetas tinham consciência de sua chamada e não raras vezes registravam-na (Am 7.5, Is 6; Jr 1; Ez 3). Através dessa consciência profética ele se obrigava ao exercício de seu ministério, às vezes, contra a sua própria vontade, como por exemplo, o profeta Jeremias (Jr 20.7-18). [3]

b) Título de “Homem de Deus” (Dt 33.1 cf. 1 Sm 2.27; 9.6; 1 Rs 13.1). O título (’ish ha’Elohim) [4] exprime o conceito que os homens tinham dos profetas e expressa a estreita associação da respectiva pessoa com Deus; Eliseu recebeu esta designação cerca de vinte e nove vezes. Este título foi dado primariamente a Moisés e continuou sendo empregado até o fim da monarquia. A intenção era expressar a diferença de caráter entre o profeta e os demais homens. Isto é deixado perfeitamente claro nas palavras ditas pela mulher sunamita: “Vejo que este...é santo homem de Deus...” (2 Rs 4.9). [4]

As Três Classes de Profetas - Orais, da Escrita e Cúltica

Profetas Orais:

Gade (1 Sm 22.5);

Natã (2 Sm 12.1);

Ido (2 Cr 9.29);

Aías (1 Rs 11.29);

Semaías (1 Rs 12.22);

Elias (1 Rs 17.1);

Azarias (2 Cr 15.1);

Eliseu (2 Rs 4.8,9);




Profetas da Escrita: São aqueles que se preocuparam em registrar por escrito suas exortações, admoestações, consolações e previsões futuras. Os profetas da Escrita eram também profetas Orais. Destacamos como profetas da Escrita: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, entre outros.

Profetas cúlticos: Os profetas cúlticos são aqueles em que a profecia estava moldada numa forma litúrgica. O texto de 2 Crônicas 20 pressupõe que os profetas cúlticos estavam ligados ao santuário, trabalhando juntamente com o sacerdote, e estavam incumbidos do aspecto sacrifical da adoração (2 Cr 29.21-24). Jaaziel era um levita, oficial do culto, dotado de uma capacidade profética (2 Cr 20.14). Percebe-se em alguns Salmos, uma indicação desse mesmo fenômeno (Sl 60.6; 75; 82). Em todos esses Salmos há uma seção em que uma voz fala na primeira pessoa do singular: trata-se da resposta oracular – o profeta associado com o culto, apresentando a declaração contemporânea de Deus ao seu povo. Esse organismo profético-litúrgico, foi instituído pela vontade de Deus, através do profeta Gade (2 Cr 29.25), quando instituiu as corporações dos cantores no Templo. [5]

Funções dos Profetas

a) Função designada pela linguística: As funções dos profetas devem ser entendidas a partir dos vocábulos bíblicos etimológicos que dão título ao ofício profético. Portanto, devemos definir claramente o significado do vocábulo “profeta”, para entendermos suficientemente a função do mesmo. Antes, porém, precisamos ter em mente, como afirma Baxter, que a profecia, no sentido bíblico, “é o produto e a expressão de uma inspiração direta e especial de Deus” [6] e nem sempre relaciona-se com a predição de fatos escatológicos ou futurísticos.

Baxter, com muita perspicácia, lembra-nos que segundo a correta etimologia do vocábulo profeta, o prefixo “pro” [7] não denota antecipação como na palavra “prover”, mas significa “lugar de”, como em “pronome”. [8] Com base nesse primeiro significado, unido ao termo grego “phemi” [9], cujo sentido é “falar”, podemos definir profeta como uma pessoa que fala no lugar de outra. Provavelmente é com este sentido que o termo é usado em Êxodo 7.1. Tendo isto em mente, entendemos porque a profecia não é de particular elucidação, mas que homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21).[10]

Outros termos correlatos à função de profetas, são:

Nabhi’ [11]: Um dos termos hebraicos para profeta é “nabhi’ ’’. Segundo Peisker, o vocábulo ocorre cerca de 309 vezes no Antigo Testamento, das quais 92 somente em Jeremias. [12] Por sua vez, “nabhi’ ” procede de certa raiz hebraica cujo significado original é “ferver, borbulhar, líquido em ebulição”. Robert Culver assinala que se essa posição estiver correta o profeta seria alguém que extravasa “palavras, como aqueles que falam com mente fervorosa ou sob inspiração divina, como os profetas e poetas”. [13] Profeta, portanto, quer dizer aquele que ferve com a inspiração ou com a mensagem divina, sugerindo assim, o despejar de palavras geradas por animação fervorosa ou por inspiração divina. [14] O termo hebraico em apreço foi captado pelo termo grego “prophetes” [15] que significa “falar por”, “representar”, ou ainda, “alguém que fala em lugar de outra pessoa” (Êx 4.16; 7.1). Segundo a etimologia de “nabhi’”, “a função de um profeta é agir como embaixador ou mensageiro divino, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em época de crise”. Eles falavam não de homem para homem, mas como pessoas investidas de autoridade de Deus, a fim de falar em seu nome aos pecadores. [16] Neste caso, “nabhi’ ” é considerado um orador a quem foi confiada uma missão. Desta forma, o Senhor fala ao “nabhi’ ”, o qual precisa transmitir exatamente o que recebe. Isto pressupõe o fluxo da inspiração profética como o ato pelo qual Deus coloca as palavras na boca de seus profetas. Deus disse a Moisés: “Suscitar-lhe-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras” (Dt 18.18). De modo semelhante, o Eterno disse a Jeremias: “Eis que ponho na tua boca as minhas palavras” (Jr 1.9).
Chozeh: O termo designativo hebraico “chozeh” [17] significa propriamente “vidente” e refere-se àquele que tem visões. O vocábulo indica o que está por trás do pronunciamento inspirado do profeta. O profeta era primitivamente chamado de “chozeh” ou “vidente” (1 Sm 9.9; 2 Sm 24.11; 2 Cr 33.18; 35.15), porque era sobrenaturalmente capacitado a ter visões e a ver aquilo que se encontrava além do conhecimento humano comum (Jr 23.18). Segundo Culver, o termo derivado de “hazâh”, é um dos três vocábulos para profeta no Antigo Testamento; citamos à guisa de exemplo, 1 Crônicas 29.29: “Os atos pois do rei Davi, [...] tanto os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas registradas por Samuel, o vidente [ro’eh], nas crônicas do profeta [nabî’] Natã, e nas crônicas de Gade, o vidente [chozeh]”. [18] Esta era a credencial de um profeta verdadeiro de Deus: introduzir-se infalivelmente no futuro e revelá­-lo (Dt 18.21-22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto, somente Deus conhece o futuro. Por intermédio dessa função profética Deus chama a atenção para seu programa futuro em relação a Israel e às nações (Nm 12.6,7; 1 Sm 28.6-15; Jr 23.28).

A Mensagem dos Profetas

Os Profetas Anunciavam a Palavra do Senhor (Hb 1.1): É frequente, nas páginas do Antigo Testamento, a expressão “assim diz o Senhor”, como um recurso emblemático que ratifica a procedência da profecia e o caráter infalível da mesma. Além dessa expressão central, a mensagem dos profetas era acompanhada de atos simbólicos que, tal qual uma imagem esculpida no pálido mármore, era registrada concretamente no coração de pedra da nação judaica. O erudito Walter Wolff assinala que:



Os relatos das ações simbólicas dos profetas esclarecem o uso da linguagem profética em geral(...). Não apenas a pessoa, mas também o comportamento do profeta esclarece a nova intervenção do Yahweh na vida de seu povo. [19]

O refrão “assim diz o Senhor” era atestado de duas formas:

Através de palavras, com autoridade divina (2 Pe 1.21): Várias vezes os profetas punham seus oráculos em forma de parábolas ou alegorias, seguindo o estilo poético de sua época (Is 5.1-7; 2 Sm 12.1-7; Ez 16; 17).
Através de ações concretas ou atos simbólicos: Muitos profetas serviram-se de potentes recursos audiovisuais ao executarem atos simbólicos que encerravam a sua mensagem. Por exemplo:


ISAÍAS: Andou três anos descalço e nu por sinal e prodígio sobre a Etiópia (Is 20.3).

JEREMIAS: É recomendado a descer à casa do oleiro (Jr 18) a fim de receber a mensagem de Deus.

OSEIAS: É orientado para casar-se com uma mulher prostituta (Os 1.2), para que sua vida fosse uma viva pregação da infidelidade do povo e do amor do Senhor.

EZEQUIEL: Cercou uma cidade em miniatura (Ez 4.1-3); escavou através do muro da casa (Ez 21.1).

AÍAS: Ao rasgar sua roupa em doze pedaços, e entregar dez a Jeroboão (1 Rs 11.29).

Estes atos, também chamados de oráculos por ação (atos simbólicos), eram um auxílio visual, associado a eficácia da palavra entre os hebreus. O texto de 2 Reis 13.14s., ilustra eficazmente a relação exata em que o símbolo estava em relação à palavra, e em que ambos estavam em relação aos acontecimentos. A palavra corporificada no símbolo é extremamente eficaz e impossível que deixe de ser cumprida; realizará exatamente aquilo que o símbolo declarava. [20]

Os profetas anunciavam mensagens para a sua época: Uma das importantes funções dos profetas era a interpretação dos fatos pretéritos e presentes. Neste sentido, suas profecias podiam referir-se ao passado ou ao presente, assim como ao futuro. No primeiro caso, é uma palavra inspirada em antecipação. A mensagem profética, quando não se refere ao futuro é uma declaração da verdade sobre qualquer assunto, recebida por direta inspiração de Deus.

Especialmente na mensagem dos profetas pré-exílicos, vemos três temas principais:

Combate aos pseudoprofetas: Eram combatidos aqueles que se preocupavam em agradar ou em ser popular, dizendo aquilo que o povo gostava de ouvir (Os 4.5; Is 3.1-3; 9.14s; 28.7s; Jr 5.31; 6.13; 8.10; 23). Jeremias capítulo 23, descreve o falso profeta como:

Imoral e que não reprova a imoralidade de outros (23. 10-14).
Aquele que prega uma paz artificial fabricada pelos homens (v. 17).
Alguém que profetiza sem ter ouvido e visto a palavra do Senhor, isto é, sem ter tomado conselho e ordem da parte de Deus (vs. 18-21).
Aquele que se esforça por criar suas próprias profecias (Ez 13.2,3).
Combate à Idolatria: Os profetas cúlticos (2 Cr 20.14) exortavam os clérigos e os adoradores contra as influências pagãs no culto a Deus, como também ao culto correto na sua forma, mas destituído de sinceridade: hipócrita e vazio (Is 29.13). Muitas vezes, os profetas usavam expressões austeras para repreender a hipocrisia religiosa, o intenso ritualismo, o completo formalismo e a exacerbada carnalidade cúltica.

Combate às Falsas Esperanças: Especialmente aquelas que os falsos profetas alimentavam com suas mensagens, as quais, resumidamente, diziam: “paz, paz...” quando na verdade “não há paz” (Jr 6.14; 8.11; 14.13; 23.17).

Acerca de um Futuro Lúgubre: Os profetas que atuaram antes do cativeiro costumam ser chamados profetas do juízo. No reino do Norte os profeta Amós e Oseias alertavam para o cativeiro assírio que se aproximava. No reino do Sul, todos os profetas e, especialmente, Isaías e Jeremias, pregavam que o povo teria a mesma sorte do reino vizinho, caso não se voltasse para o Senhor.


Jeremias 23.33 assevera que alguns clérigos e parte do populacho zombavam de Jeremias por causa de suas palavras sombrias, perguntando-lhe: “Qual é a sentença pesada de Deus para hoje?” Contudo, é muito importante lembrar a razão das severas palavras dos profetas. A razão pela qual os profetas não principiam com uma mensagem de paz, é porque a paz verdadeira, a paz de Deus, vem somente através da santidade, retidão e arrependimento. Essas profecias declaram o juízo do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.

Os profetas recebiam suas mensagens do Senhor: Os profetas falavam movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). Literalmente, a palavra “movido” significa “carregado” e designa a ação divina no processo da inspiração profética. A mensagem profética jamais foi produzida pela mente ou perspicácia do profeta, pois este falava somente o que o Espírito Santo desejava que falasse. Isto, porém, não anulava a individualidade e personalidade do mesmo, como afirma a teoria do ditado mecânico; antes, porém, privava-o de erros. A forma pela qual recebia a mensagem nem sempre está relatada. Alguns ouviam a voz do Senhor, como por exemplo Oseias e Jeremias, enquanto outros como Amós, Ezequiel e Daniel, tinham visões.

Os livros proféticos frequentemente mencionam a atividade de Deus na transmissão da palavra profética, a saber:

“A mão do Senhor estava sobre o profeta” (Is 8.11; Ez 1.3; 3.14).
“O Espírito do Senhor caiu sobre o profeta” (Ez 11.5).
“A palavra do Senhor veio sobre o profeta” (Jl 1.1; Jn 1.1; Mq 1.1).
“O profeta tomava conselho com o Senhor; não raras vezes, via e ouvia a palavra profética” (Jr 23.18).
“Deus falou pelos profetas” (Hb 1.1).
“O Espírito de Cristo neles estava” (1 Pe 1.11).

Acerca de um Futuro Promissor: Essa é a tônica dos profetas que atuaram durante e após o Cativeiro. A esperança para o futuro dizia respeito não apenas ao futuro próximo (volta do cativeiro), mas também a um futuro distante, quando as promessas dadas a Davi terão seu cumprimento, e o reino será restabelecido em glória. Muitas dessas profecias se cumpriram em Cristo e outras ainda estão por se cumprir.

Acerca da Dispensação da Graça (1 Pe 1.10): Nem sempre os profetas discerniram os significados de suas predições proféticas. Embora tivessem falado da extensão da graça sobre os gentios, não compreenderam tudo o que estava envolvido na salvação oferecida por Deus aos gentios, através do sofrimento do “Desejado das Nações”. Profetizaram sobre a riqueza da glória entre os gentios (Cl 1.26,27), entretanto este mistério esteve oculto dos séculos e das gerações. Foram capazes de investigar acuradamente acerca da ocasião e em quais circunstâncias oportunas este projeto salvífico seria posto em execução, sem contudo discernirem os significados principais (1 Pe 1.10,11) e nem a época do cumprimento de seus ditos proféticos (Gl 4.4). Isto posto, os profetas predisseram tanto o sofrimento (Is 53) quanto a glória do Messias (Is 11), sem distinguir que Ele sofreria em sua primeira vinda e seria glorificado na segunda.

EXTRAIDO DO BLOG TEOLOGIAEGRAÇA.BLOGSPOT.COM(MUITO BOM INDICO ESSE BLOG)

domingo, 6 de junho de 2010

Como viver vitoriosamente em tempos de prova

Referência: Colossenses 4.2-18

INTRODUÇÃO

1. Paulo está preso, mas não está inativo. Da cadeia ele comanda a obra. Hoje, vemos criminosos e traficantes comandando o crime da cadeia. São agentes de morte. Paulo era agente de vida.
2. Paulo dá suas últimas instruções sobre uma vida cristã vitoriosa em tempos de prova.

I. OCUPE-SE COM AS COISAS MAIS IMPORTANTES – V. 2-6

1. A primazia da oração – v. 2-4
a) A oração deve ser perseverante – v. 2 – A igreja não pode deixar de orar. O fogo no altar não pode apagar-se. A igreja deve orar sem cessar (1 Ts 5:17). A igreja deve orar sempre sem nunca esmorecer (Lc 18:1). A igreja apóstolica perseverou unânime em oração (At 1:14).
b) A oração deve ser vigilante – v. 2 – Devemos orar e vigiar como Neemias (Ne 4:9). Jesus alertou para a necessidade de orar e vigiar (Mc 13:33; 14:38). Pedro não vigiou e caiu. A oração demanda energia e vigilância. Orações frias e rotineiras não atendem nossa necessidade. Precisamos vigiar para não descuidarmos da oração e também para que elas não se tornem mecânicas.
c) A oração deve ser gratulatória – v. 2 – O agradecimento é uma das marcas do verdadeiro crente (1:3, 12; 2:7; 3:15,17; 4:2). Paulo estava preso, mas com o coração cheio de gratidão. Seus pais estavam no tronco, mas sua mente no céu.
d) A oração deve ser intercessória – v. 3 – O apóstolo tinha consciência da necessidade de oração. Ele sabia da importância da oração. A oração é a chave que abre a porta grande e oportuna (1 Co 16:9). Devemos orar uns pelos outros. Devemos orar pela obra missionária. Devemos orar especificamente pelos missionários a fim de que Deus os use nas diferentes circunstâncias em que se encontram. Exemplo: o exemplo da oração de D. Euza por Ronaldo quando estava no Peru bem como o exemplo de Ruth Graham pelo seu filho no vôo Flórida – Texas.

2. A supremacia da proclamação da Palavra – v. 3-4
• Paulo não pede para que as portas da prisão se abram, mas pede para que se abram as portas para a pregação da Palavra (1 Co 16:9; At 14:27). Paulo está preso, mas a Palavra de Deus não está algemada. Para Paulo era mais importante ser um homem fiel do que um homem livre. Em suas orações da prisão, sua preocupação não é ser liberto ou estar em segurança pessoal, mas usar por Deus na prisão.
• Paulo está na prisão por causa do mistério de Cristo (Ef 3:1-13). Esse mistério envolve o propósito de Deus na salvação dos gentios (At 22:21-22). Paulo quer que Deus o abençoe examente no assunto que o levou à prisão. Ele não tinha nenhuma intenção de desistir do seu ministério ou mudar sua mensagem. Exemplo: John Bunyan – “Se eu sair da prisão hoje, eu irei pregar o evangelho amanhã com a ajuda de Deus.”
• Paulo faz da cadeia o seu púlpito e diz para a igreja que quando ela ora por ele está se associando com ele no ministério da pregação. Exemplo: Spurgeon – A sala de oração debaixo do púlpito é nossa usina de poder. Enquanto pregava dezenas de crentes ficavam orando numa sala debaixo do púlpito.
• Temos nós aproveitado as adversidades da vida para pregarmos a Palavra? Paulo ganhou os soldados da guarda pretoriana para Cristo (Fp 4:22).

3. A urgência do testemunho aos perdidos – v. 5-6
a) Devemos nos portar com sabedoria – v. 5 – Isso tem a ver com a nossa conduta diária. As pessoas do mundo estão nos observando. Não podemos ser tropeço para elas. Nosso viver deve ser irrepreensível: palavras, comportamento, namoro, casamento, negócios, estudo, trabalho, testemunho. O andar e o falar na vida do cristão precisam estar em harmonia. O crente revela sabedoria em duas coisas: 1) No emprego do tempo; 2) Na sua maneira de falar.
b) Devemos aproveitar as oportunidades – v. 5 – Devemos aproveitar as oportunidades para falar de Jesus para as pessoas. “Oportunidades” quer dizer tempo marcado em “minutos”, “horas” e “dias”, dando abertura para produzir este lucro eterno, transformando “os dias maus” em tempo beneficiado para a glória de Deus. Precisamos ter uma palavra boa e certa para cada circunstância. Exemplo:
c) Devemos ter a palavra certa na hora certa – v. 6 – A palavra do crente precisa ser sempre agradável. O crente não pode ser rude na palavra. Sua palavra precisa ter temperada com sal, ou seja nem insípida nem muito salgada. Não basta ganhar uma discussão, precisamos ganhar as pessoas para Cristo.

4. A importância de compartilhar nossas necessidades com os irmãos – v. 7-9
• Tíquico e Onézimo iriam compartilhar com a igreja os detalhes da situação que Paulo estava vivendo a fim de que eles fossem fortalecidos (v. 8).
• Feliz é o obreiro que sabe trabalhar em equipe. Nós devemos compartilhar os nossos fardos uns com os outros. Nós devemos carregar as cargas uns dos outros.
• Tíquico e Onézimo eram os emissários da carta aos Colossenses. Quem eles eram? Irmãos amados (v. 7,9) – Estavam com Paulo quando as coisas pareciam pior. É bom ter agente do nosso lado quando passamos por angústias. Fiel ministro (v. 7). Tíquico ministrou a Paulo e em lugar de Paulo. Conservo no Senhor (v. 7). Tíquico não seguiu um caminho fácil, mas o caminho certo ao trabalhar do lado de Paulo mesmo em face dos perigos.
• Homens que encorajam – Precisamos de membros de igreja que sejam como Tíquico e Onézimo, homens que levam encorajamento (v. 8).

II. CULTIVE RELACIONAMENTOS SIGNIFICATIVOS – V. 10-18

1. Os homens que ficaram com Paulo na prisão – v. 10-11,14a
• Aristarco, João Marcos e Jesus eram judeus e Lucas, grego. Esses permaneceram com Paulo na prisão para assisti-lo. Esses homens eram conhecidos como aqueles que são LENITIVO. Somos portadores de alívio, de consolo, de bálsamo? Nossa presença abençoa?

a) Aristarco – era de Tessalônica (At 20:4). Era companheiro de Paulo em suas viagens (At 19:29). Arriscou sua vida na conspiração contra Paulo em Éfeso (At 19:28-41). Viajou com Paulo para Roma (At 27:2). Ele estava do lado de Paulo não importava qual fosse a situação: na revolta em Éfeso, na tempestade para Roma e agora na prisão em Roma. Ele era daquilo tipo de amigo que não foge quando as coisas ficam difíceis.
b) João Marcos – Foi o escritor do segundo evangelho. Primo de Barnabé. Abandonou a primeira viagem missionária (At 13:5-13). Paulo o rejeitou na segunda viagem (At 13:36-41). Agora Paulo reconhece que ele é útil (2 Tm 4:11). Ele nos ensina que as pessoas podem superar os seus fracassos. Sua vida encoraja aqueles que fracassaram em suas primeiras tentativas. Marcos foi o homem que se redimiu a si mesmo.
c) Jesus, o justo – Nada sabemos sobre ele. Ele é um símbolo da uma multidão de crentes fiéis que servem a Deus no anonimato, mas ao mesmo tempo são um lenitivo para os seus obreiros.
d) Lucas, o médico amado – Era gentio. Escreveu Lucas e Atos. Médico. Uniu-se a Paulo em Trôade (At 16:10). Viajou com Paulo a Jerusalém (At 20:5ss) e Roma (At 27:1ss). Lucas permanece com Paulo até o fim (2 Tm 4:11). Lucas era um médico missionário. Um historiador. Um amigo, um lenitivo de Deus para Paulo.

2. O homem que orou – v. 12-13
• Epafras foi o fundador da igreja de Colossos (1:7-8), bem como de Laodicéia e Hierápolis (Cl 4:13). Ele viajou para Roma para estar com Paulo, mas não cessa de orar pela igreja. Quais são as características da sua oração?
a) Ele orou constantemente – v. 12 – Epafras não pode ministrar à igreja, mas pode orar pela igreja e o faz sem cessar.
b) Ele orou intensamente – v. 12 – A palavra usada “sobremaneira” é agonia. É a mesma palavra usada para descrever a oração de Jesus no Getsêmani.
c) Ele orou especificamente – v. 12 – Seu propósito era que as três igrejas fossem maduras espiritualmente, conhecendo e vivendo dentro da vontade de Deus.
d) Ele orou sacrificialmente – v. 13 – Se não há nenhum fardo não haverá nenhuma bênção.

3. O homem que se desviou – v. 14b
• Demas é mencionado apenas três vezes nos escritos de Paulo e essas três referências falam de uma triste história: 1) Ele é chamado de “meu cooperador” e associado com três homens de Deus: Marcos, Aristardo e Lucas (Fm 24); 2) Ele é simplesmente chamado de Demas, sem nenhuma palavra de identificação ou recomendação (Cl 4:14b); 3) Em quem ele se tornou: “Porque Demas tendo amado o presente século me abandonou” (2 Tm 4:10).
• João Marcos abandonou a Paulo na primeira viagem missionária, mas retornou. Mas Demas, amou o mundo e se perdeu.

CONCLUSÃO

• Paulo agora saúda Ninfa em cuja casa a igreja de Colossos se reúne.
• Paulo envia um conselho ao jovem Arquipo, possivelmente filho de Filemon e pastor da igreja de Colossos: “Atenta para o ministério que recebeste no Senhor, para o cumprires” (v. 17). O ministério é recebido de Deus e é feito pelo poder de Deus.
• Paulo termina pedindo aos crentes para se lembrarem de suas cadeias. Por que? 1) Eram evidência do seu amor aos perdidos – Era prisioneiro de Cristo; 2) Eram evidência de sua obediência ao Senhor.

Os três jardins mais importantes da história

A história da humanidade começa num jardim, o Jardim do Éden. Lá nossos primeiros pais viveram na inocência, comendo gostosamente de todos os frutos das árvores, exceto o fruto da árvore da ciência do bem e do mal, desfrutando de plena e íntima comunhão com Deus. Naquele jardim não havia dor nem tristeza. Tudo era belo e encantador. O pecado, porém, entrou no mundo por meio de Adão. Ele desobedeceu a Deus e toda a raça humana caiu em pecado. Adão foi expulso do Jardim e viu a terra produzir espinhos, viu sua mulher dar à luz com dores e viu o trabalho até então deleitoso tornar-se penoso. O Jardim do Éden foi perdido e a raça humana mergulhou numa história de rebelião, tristeza e morte. O pecado de Adão o separou da natureza, de si mesmo, do próximo e de Deus. O pecado trouxe transtornos na natureza, nos relacionamentos humanos bem como na relação com Deus. A partir da entrada do pecado no mundo, a história está marcada por lágrimas, doença, sofrimento e morte.

A história da humanidade terminará num outro jardim, o Jardim da Cidade Celeste. O jardim perdido será restaurado. Lá não entrará nenhuma maldição. Lá o pecado não penetrará por suas portas. Lá as lágrimas serão enxugadas. Lá o sofrimento, a doença e a morte não entrarão. Nesse Jardim não haverá noite, pois o Cordeiro de Deus é a sua lâmpada. Nesse jardim, o Rio da Vida vai fluir a partir do Trono de Deus. Nesse jardim, os que foram expulsos por causa do pecado, e agora, estão lavados pelo sangue do Cordeiro e vestidos de vestiduras brancas entoarão um novo cântico àquele que está assentado no trono. Nesse Jardim reconquistado teremos um novo corpo, cheio de glória, como o corpo da glória de Deus. Nesse jardim viveremos e reinaremos com Cristo pelos séculos eternos. Nada nem ninguém poderá nos separar uns dos outros nem nos afastar da presença daquele que e eterna. a. Nesse jardim serviremos nos deu vida abundante e eterna. Nesse jardim serviremos daquele que nosedeu vida abundante e eterna. Nesse jardim serviremos gostosamente Àqueleq ue nos criou, nos remiu e nos glorificou. Nesse jardim as belezas mais esplêndidas da terra serão figuras opacas diante do seu exuberante esplendor.

A história da humanidade revela que entre esses dois jardins, o Jardim do Éden e o Jardim Restaurado há o jardim da agonia, o Jardim do Getsêmani. É pela desolação, pelo sofrimento e sacrifício vicário de Cristo, pela indescritível angústia no Getsêmani, que o “o rio da Vida límpido como cristal” corre nesse Jardim restaurado. Sem o Getsêmani não haveria a Nova Jerusalém. A impenetrável e misteriosa agonia de trevas do jardim das angústias está na origem da aurora de uma esperança eterna. O apóstolo Paulo diz: “Sendo nós inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho” (Rm 5.10). No ardim do Getsêmani Jesus enfrentou solidão. Ali ele ficou sozinho quando travou a mais titânica batalha do universo. Ali ele suou sangue quando resoluta e voluntariamente se entregou por nós. No Getsêmani, a antiga serpente, que enganou Eva no Jardim do Éden teve sua cabeça esmagada. Ali, Jesus aceitou de bom grado o cálice amargo, de se fazer pecado e maldição por nós, morrendo a dolorosa e maldita morte de cruz em nosso lugar. Ele não levou em conta a ignomínia da cruz por saber da alegria que lhe estava proposta, a alegria de nos salvar e nos reconduzir de volta ao Jardim de Deus, o Jardim restaurado da Jerusalém Celeste. A Bíblia diz que onde abundou o pecado, superabundou a graça. Pela sua morte Cristo trouxe vida, pelo seu sacrifício ele trouxe redenção. Agora, por meio do seu sangue temos livre acesso à presença do Pai e quando da sua vinda, entraremos no Jardim Restaurado de Deus, onde estaremos para sempre com ele!

REV.HERNANDES DIAS LOPES

Lições de Jesus à sombra da cruz

Referência: João 13.1-20

INTRODUÇÃO

Jesus sabia que a sua hora tinha chegado. Jesus andou rigorosamente debaixo da agenda do céu. Ele cumpriu cabalmente a agenda traçada pelo Pai.

1)2:4 – Jesus disse para a sua mãe em Caná: “Ainda não é chegada a minha hora”.

2)7:30 – Os guardar não puderam prendê-lo “porque ainda não era chegada a sua hora”.

3)8:20 – E ninguém o prendeu no templo “porque não era ainda chegada a sua hora”.

4)12:23 – Quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém disse: “É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem”.

5)13:1 – Na festa da Páscoa Jesus disse: “Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai”.

6)17:1 – Tendo terminado seus ensinos no cenáculo, antes de ir para o Getsêmani Jesus disse: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a Ti”.

Jesus já estava à sombra da cruz. Jerusalém estava com suas ruas apinhadas de gente. Cada família já estava se preparando para imolar o cordeiro e celebrar a páscoa. Jesus escolheu esta data para morrer por duas razões: Primeiro, o Cordeiro da Páscoa era o mais vívido tipo de Cristo em toda a Bíblia. Segundo, a Páscoa era a festa onde todo o povo se juntava em Jerusalém. Sua morte seria pública. Os sacerdotes já se preparavam para a grande festa que marcava a saída do povo do cativeiro do Egito, quando Deus libertou o seu povo pelo sangue do Cordeiro.

Jesus ministra aos seus discípulos suas útimas lições. Essas lições são pilares que devem manter nossa estrutura espiritual. São trombetas de Deus aos nossos ouvidos. São luzes de alerta em nosso caminho. São exemplos vivos que precisam ser imitados.

I. A PRIMEIRA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O SEU AMOR INCOMENSURÁVEL PELO SEU POVO – V. 1-3

1. A cruz não foi um acidente na vida de Cristo. Ele não foi para a cruz pela trama dos judeus, pela traição de Judas, pela maldade de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos, pela gritaria insana dos judeus, pelo crueldade dos soldados. Ele foi à cruz por um plano eterno do Pai. Ele sabia que estava indo para a cruz. Ele sabia que sua hora tinha chegado. A despeito do conhecimento de seu sofrimento atroz e de sua morte horrenda, ele continua amando os seus discípulos até o fim.

2. Mesmo sabendo que os seus discípulos o abandonaria vergonhosamente em poucas horas, deixando-o nas mãos dos pecadores. Mesmo sabendo que Judas o trairia, que Pedro o negaria e que os outros se dispersariam, Jesus continua amando os seus discípulos até o fim.

3. Jesus amou-nos ao ponto de deixar a glória, entrar no mundo, se fazer carne, tornar-se pobre, ser perseguido, odiado, zombado, cuspido, pregado numa cruz, carregando sobre o seu corpo no madeiro os nossos pecados e morrer por nós em uma rude cruz. Esse é um amor imenso, eterno, infinito. Nenhum pregador jamais pode pregar completamente esse amor. Nenhum escritor jamais pode descrever completamente esse amor. Nenhum poeta jamais conseguiu descrever esse amor. Se todos os mares fossem tinta/E todos as nuvens fossem papel/Se todas as árvores fossem pena/E todos os homens escrivães/Nem mesmo assim se poderia descrever o amor de Cristo. Seu amor excede todo o entendimento.

4. O principal dos pecadores pode vir a ele com ousadia e confiar no seu perdão. Jesus se deleita em receber pecadores. Jesus não nos lança fora por causa dos nossos fracassos. Ele jamais nos rejeita por causa da nossa fraqueza. Aqueles a quem ele ama desde o princípio, ele ama até o fim. Aqueles que vêm a ele jamais ele lança fora.

II. A SEGUNDA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O PERIGO DE SE VIVER COMO UM HIPÓCRITA NO MEIO DO POVO DE DEUS – V. 2-3,18-19

1. Judas tinha sido escolhido pelo próprio Cristo no mesmo nível e ao mesmo tempo que Jesus tinha escolhido Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos. Judas foi escolhido depois de uma noite de oração. Judas foi escolhido de acordo com a vontade de Deus. Judas foi escolhido para estar com Jesus, para pregar o evangelho, para orar pelos enfermos e expulsar demônios.

2. Por três anos Judas andou com Cristo. Judas viu os milagres de Cristo. Ouviu os tremendos ensinamentos de Cristo. Viu Cristo curando os aleijados, dando vista aos cegos, purificando os leprosos e ressuscitando os mortos. Durante três anos Judas viu Jesus andando por toda a parte libertando os oprimidos do diabo.

3. Durante três anos Judas realizou a obra de Deus. Quando Jesus enviou os discípulos de dois a dois Judas estava no meio deles. Ele participou do grupo dos 12 e dos 70. Judas pregou o evangelho para os outros. Judas orou pelos enfermos. Judas expulsou demônios no nome de Jesus. Mas agora estamos vendo este homem possuído pelo diabo e caminhando para a destruição. Judas tapa os ouvidos à voz de Cristo e abre o seu coração aos sussuros do diabo. Ele abrigou no coração as sugestões do diabo e o diabo entrou nele e levou para o inferno.

4. Judas nos mostra o quão longe um homem pode ir na sua profissão religiosa sem ser convertido. O quão profundamente uma pessoa pode se envolver com as coisas de Deus e ser apenas um hipócrita. Judas nos mostra a inutilidade dos maiores privilégios sem um coração sincero diante de Deus. Privilégios espirituais sem a graça de Deus não salva ninguém. Ninguém é salvo por ser um líder religioso, por ocupar um lugar de destaque na denominação ou por exercer um ministério espetacular. Judas nos alerta sobre o perigo de se ter apenas um conhecimento intelectual do evangelho, mas um coração ainda não convertido. Judas nos mostra que ser batizado ou ser membro de igreja não é uma garantia de que estamos certos diante de Deus.

5. Judas nos adverte sobre a necessidade de sondarmos o nosso coração. Judas amou mais o dinheiro do que a sua alma. Ele amou mais o dinheiro do que a Jesus. Aquele não foi um deslize momentâneo na vida de Judas. Jesus já conhecia o seu coração. Jesus sabia que ele era um “diabo” (João 6:70). Jesus sabia que ele era ladrão. Aqui a máscara caiu e Judas acolheu o sugestionamento do diabo. Aqui Judas simplesmente evidencia de quem ele era servo. Quem mandava em sua vida. A quem ele de fato obedecia. Ah! Devemos orar continuamente para que o nosso Cristianismo seja genuíno. Mesmo que nossa vida seja frágil, precisamos dizer: “Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo”.

6. Judas é um alerta para nós sobre o perfeito conhecimento que Cristo tem de todo o seu povo. Jesus pode distinguir entre uma falsa profissão de fé e a verdadeira graça. A igreja pode ser enganada, mas Jesus não. Homens maus como Judas podem ocupar os postos mais altos na liderança das igrejas, mas jamais enganarão a Jesus. Jesus conhece aqueles a quem ele escolheu (13:18-19). Esse conhecimento de Jesus alerta os hipócritas ao arrependimento. Jesus deu todas as oportunidades para Judas se arrepender. Ele o chamou. Ele o ensinou. Ele o comissionou. Ele lavou os seus pés. Ele o tratou como amigo. Ele lhe deu todos os privilégios que deu aos outros discípulos. Mas o mesmo sol que amolece a cera endurece o barro. Os discípulos foram salvos, Judas pereceu.

III. A TERCEIRA LIÇÃO DE JESUS É QUE PRIVILÉGIOS NÃO IMPLICAM EM ORGULHO, MAS EM HUMILDADE – V. 3-5

1.Jesus sabia quem era. Sabia de onde tinha vindo e para onde estava indo. Sabia sua origem e seu destino. Sabia que era o Rei dos reis. Sabia que era o Filho do Deus Altíssimo. Sabia que o Pai tudo confiara em suas mãos. Sabia que era o soberano do Universo. Mas sua majestade não o levou à auto-exaltação, mas à humilhação mais profunda. O que ele sabia determinou o que ele fez. Sua humildade não procedeu da sua pobreza, mas da sua riqueza. Sendo rico se fez pobre. Sendo Rei se fez servo. Sendo Deus se fez homem. Sendo soberano do universo se cingiu com uma toaha e lavou os pés dos seus discípulos.

2. Era costume que as pessoas antes de se assentar à mesa lavasse os pés. Eles tinham vindo de Betânia. Seus pés estavam cobertos de poeira. Eles não podiam assentar-se à mesa antes de lavar os pés. Esse era o serviço dos escravos. Jesus estava no cenáculo com eles. Ali não havia serventes. Jesus esperou que eles tomassem a iniciativa de lavar os pés uns dos outros. Mas eles tinham muito orgulho para fazer um serviço de escravo. Ninguém tomou a iniciativa. Eles abrigavam no coração quem era o mais importante entre eles (Lucas 22:24-30). Judas nesse momento já havia decidido trair a Jesus por trinta moedas de prata. Eles pensavam que privilégios implicava em grandeza, em reconhecimento, em aplausos, em regalias.

3. Foi no meio de tais homens que se sentiam muito importantes, homens em cujo meio estava Judas, o traidor que Jesus se levanta. Mesmo sabendo que era o Filho de Deus e que tinha vindo do céu e voltava para o céu, Jesus cinge-se com uma toalha. Deita água em uma bacia. Começa a lavar os pés dos discípulos e enxugar-lhes com a toalha. Jesus repreende o orgulho dos discípulos com a sua humildade. Jesus mostra que no Reino de Deus o maior é o que serve. A grandeza no reino de Deus não é medida por quantas pessoas estão a seu serviço, mas a quantas pessoas você está servindo. Devemos ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Ele sendo Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Ele se esvaziou. Ele se humilhou. Ele sofreu morte humilhante e morte de Cristo. Devemos nos revestir de humildade. Porque aquele que se humilhar será exaltado.

4. Jesus sendo o soberano do universo cingiu-se com uma toalha. Sendo o Rei dos reis enclinou-se para lavar os pés sujos dos seus discípulos. Ah como precisamos precisamos dessa lição de Jesus hoje. Temos hoje muitas pessoas grandes na igreja, mas poucos servos. Muita gente no pedestal e poucas inclinadas com a bacia e toalha na mão. Muita gente querendo ser servida e poucas prontas a servir. A humildade de Jesus repreende o nosso orgulho.

5. Humildade e amor são virtudes que os homens do mundo podem entender, se eles não compreendem doutrinas. O cristão mais pobre, o mais fraco e o mais ignorante pode todoos os dias encontrar uma ocasião para praticar amor e humildade. Cristo nos ensinou como fazer isso. O que Jesus teve em mente não foi um rito externo, o lavapés, mas uma atitude interna, da humildade e da vontade de servir.

IV. A QUARTA LIÇÃO DE JESUS NOS ENSINA SOBRE A EFICÁCIA DA SALVAÇÃO E A NECESSIDADE DE UMA PURIFICAÇÃO DIÁRIA – V. 6-11

1. Pedro revela neste texto mais uma vez o seu temperamente ambíguo e contraditório. Num momento ele proibe Jesus lhe lavar os pés; noutro momento quer ser banhado dos pés à cabeça. Pedro revela neste texto que não entende o que Jesus está fazendo. Ele vê mas não compreende. Seu coração estava certo, mas sua cabeça estava completamente errada. Pedro tem mais amor do que conhecimento, mais sentimento do que discernimento espiritual. Ao mesmo tempo que chama Jesus de sair, diz-lhe: “De modo nenhum me lavarás os pés”. Pedro errou quanto ao estado de humilhação de Cristo e Pedro errou também quanto ao significado do ato de Jesus. Ele pensou num ato literal enquanto Jesus estava falando de uma purificação espiritual. A linguagem de Jesus aqui é a mesma do capítulo 3 quando ele falal do nascimento espiritual, do capítulo 4, quando ele fala da água espiritual, e do capístulo 6 quando ele fala do pão espiritual. Agora ele fala da limpeza espiritual. Pedro já havia demonstrado essa ambiguidade antes: confessa Jesus e depois o repeende (Mateus 16:16,22). Chama Jesus de Senhor e o proíbe de lavar-lhe os pés (João 13:6-8). Promete ir com Jesus até a morte e o nega três vezes (João 13:36-38).

2. Pedro precisava entender o que era ser lavado por Cristo. Jesus não estava falando de uma lavagem física, mas espiritual. Quem não for lavado, purificado, justificado e santificado por Cristo não tem parte com ele (1 Coríntios 6:11). Cristo precisa lavar-nos se nós vamos reinar com ele em sua glória. Judas não estava limpo, ou seja, ele não tinha sido transformado, convertido.

3. Pedro precisava entender que uma vez salvo, salvo para sempre. Quem já se banhou não precisa lavar-se senão os pés. A salvação é uma dávida eterna. A palavra lavar nos versos 5-6,8,12 e 14 é nipto e significa lavar uma parte do corpo. Mas a palavra lavar no verso 10 é louo e significa lavar o corpo completamente. A distinção é importante, porque Jesus estava ensinando os seus discípulos a importância de uma caminhada santa. Quando um pecador confia em Jesus é banhado completamente e seus pecados são perdoados (1 Coríntios 6:9-11; Tito 3:3-7; Apocalipse 1:5). E Deus nunca mais se lembra desses pecados (Hebreus 10:17). Contudo, como os crentes andam neste mundo eles são contaminados e precisam ser purificados. Não precisam ser justificados de novo, mas de constante purificação. “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos purificar e nos perdoar” (1 João 1:9). Quando andamos na luz temos comunhão com Cristo. Quando somos purificados andamos em intimidade com Cristo.

4. Pedro precisava entender que os salvos precisam continuar ser purificados. Precisamos ser lavados continuamente pelo sangue de Cristo. Precisamos ser purificados das nossas impurezas. Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados. Precisamos ser lavados para entrarmos no banque da comunhão com Cristo. Nossos pés precisam ser lavados. O mesmo sangue que nos lavou em nossa conversão, agora nos purifica diariamente em nossa santificação.

V. A ÚLTIMA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE A VERDADEIRA NATUREZA DA FELICIDADE DO CRISTÃO – V. 12-20 (17)

1. Jesus define o que é felicidade (13:17). Bem-aventurado aqui significa muito feliz. Mas quem é feliz? É aquele que serve e serve aos mais fracos, da maneira mais humilde. Feliz é aquele que não apenas chama Jesus de Mestre e Senhor, mas também imita a Jesus, servindo ao próximo. Ser feliz segundo o mundo é estar acima dos outros. É ser servido por todos. Ser feliz no Reino de Deus é rebaixar-se para servir aos mais fracos. A grandeza no Reino de Deus não é medida por quantas pessoas nos servem, mas a quantas nós servimos. A felicidade não é um fim em si mesma, mas um sub-produto de uma vida que vivemos dentro da vontade de Deus. O mundo pensa que felicidade é o resultado de outros nos servirem, mas a real felicidade é servirmos aos outros em nome de Jesus. O mundo pergunta: Quantas pessoas servem você. Mas Jesus pergunta: a quantas pessoas você está servindo? No Reino de Deus o maior é o servo de todos.

2.O crente não deve se envergonhar de fazer nenhuma coisa que Jesus tenha feito (13:17). Jesus deixou a glória, o céu, os anjos, o trono e veio ao mundo para servir, servir pecadores como eu e você. Na vida cristã não há espaço para vaidade, para orgulho. Nosso Rei foi servo. Ele se esvaziou. Ele se despiu da sua glória. Ele nasceu numa manjedoura. Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Ele cingiu-se com uma toalha. Ele foi sepultado num túmulo emprestado. Ele lavou os pés de homens fracos e cheios de vaidade. Ele fez um trabalho próprio dos escravos. E seus discípulos deveriam fazer o mesmo.

3. Jesus nos ensina sobre a inutilidade do conhecimento religioso que não é acompanhado pela prática (13:17). Um conhecimento que não se traduz em trabalho, em obra, em serviço é estéril e não pode trazer felicidade. Não basta conhecer a verdade se não somos transformados por esta verdade. O conhecimento sem amor envaidece. A fé sem obras é morta. A doutrina sem vida é inútil. O conhecimento sem a obediência nos torna mais culpados diante de Deus. O conhecimento sem prática não nos coloca acima do nível dos demônios (Marcos 1:24 e Tiago 2:20). Satanás conhece a verdade, mas não tem nenhuma disposição para obedecê-la. Conhecimento sem prática descreve o caráter de Satanás e não do crente. Por isso, Satanás é sumamente infeliz. Um crente feliz é aquele que não apenas conhece, mas pratica o que conhece.

CONCLUSÃO

O texto que acamos de considerar nos ensina quatro lições fundamentais: Diante dos privilégios devemos agir com humildade. Diante da contaminação do mundo, necessitamos de purificação constante. Diante da vaidade do mundo, precisamos aprender que a verdadeira felicidade é servir e não ser servido. Diante da eternidade e do destino da nossa alma, precisamos vigiar-nos para não cairmos no abismo da hipocrisia. Que aprendemos estas lições que Jesus ensinou à sombra da cruz!

Sermão Pastor Hernandes Dias Lopes