sábado, 25 de setembro de 2010



Em 2 Timóteo 2.15, a Palavra de Deus nos incentiva a sermos obreiros que manejam bem a Palavra da verdade. E manejar bem, literalmente, significa dividir bem, não confundindo os assuntos. Algumas analogias quanto ao significado do verbo, originalmente, são: um arado fazendo um sulco na terra, uma máquina abrindo uma estrada, um pedreiro medindo e cortando uma pedra, mas tudo em linha reta.
Muitos desvios da verdade ocorrem por falta de bom manejo da Palavra. O exegeta que se preza conhece as principais divisões da Bíblia, como os dois Testamentos; os três povos (judeus, gentios e cristãos); as duas vindas de Jesus; as duas etapas da Segunda Vinda; as alianças; os juízos, enfim.
Tenho visto grandes personalidades do meio evangélico fazendo confusão quanto aos juízos bíblicos. Tomam um julgamento pelo outro, não levando em consideração o contexto. Um dia desses, por exemplo, alguém citou um conhecido teólogo que usou o texto de Mateus 25.31-46 numa referência ao Juízo Final. Pensando nisso, resolvi escrever este artigo, com a intenção de estimular os meus leitores a estudarem com afinco os, pelo menos, sete julgamentos constantes das páginas sagradas.
É claro que a minha abordagem é sucinta e objetiva, pois um estudo sobre os juízos divinos abrange toda a Escritura, posto que há inter-relação deles com várias doutrinas fundamentais. Portanto, se o leitor pensa que eu responderei aqui, neste breve texto, a todas as perguntas sobre o assunto, ficará decepcionado. Este artigo é apenas uma maneira de estimulá-lo a aprofundar-se em suas análises, a fim de que não chegue a conclusões apressadas.
A distinção entre os juízos divinos se dá em razão de quatro aspectos diferenciadores: os participantes, o local, o tempo e o resultado de cada um. O meu desejo é, em breve, escrever um artigo para cada um desses julgamentos, mas, por enquanto, apresento aos leitores deste weblog apenas uma abordagem panorâmica.
Julgamento do pecado original. Na cruz, o Senhor Jesus recebeu em seu corpo a sentença divina, morrendo por todos os pecadores (Jo 5.25; 12.31; 19.17,18; 1 Pe 2.24; 3.18; Gl 3.13; Cl 2.13-15; 2 Co 5.21; Hb 9.26). Por isso, nenhuma condenação há para quem está em Cristo Jesus (Rm 8.1; Jo 5.24).
Julgamento dos pecados atuais do crente. Hoje, quando um servo de Deus peca, tem o Senhor Jesus como o seu Advogado, mas deve fazer sempre um auto-julgamento, confessando os seus pecados e colocando-se diante do Senhor (1 Jo 2.1,2; 1 Co 11.31,32; Hb 3.12,13; 12.7; 1 Pe 4.17; 1 Co 5; 1 Tm 1.20; Tg 5.16; 1 Co 4.3,4).
O Tribunal de Cristo. Logo após o Arrebatamento da Igreja, ocorrerá ? ainda nos ares ? o Tribunal de Cristo. É importante não confundirmos esse julgamento com os outros mencionados nas páginas sagradas. Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (2 Co 5.9,10; Rm 14.10-12; 1 Jo 4.17). Não se trata aqui de juízo para condenação, mas para avaliação do trabalho que temos feito para o Senhor (1 Co 3.10-15; 2 Tm 4.7,8).
Julgamento de Israel. A nação israelita será julgada durante a Grande Tribulação. E o texto de Daniel 12.1 enfatiza que ?... livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro?.
Julgamento das Nações. O Senhor Jesus e sua Igreja, arrebatada por Ele antes da Grande Tribulação (1 Tessalonicenses ? toda a epístola), pisarão na terra (Zc 14.4). E as nações (ou os representantes delas) serão julgadas antes da instauração do Milênio (Mt 13.40-46; Jl 3.1,2,12-14; Sl 9.8). O texto de Mateus 25.31ss dá detalhes desse julgamento, mostrando quais serão os critérios adotados pelo Justo Juiz para absolver ou condenar.
Julgamento do Diabo e suas hostes. Satanás será julgado em instância final ? pois já foi condenado por antecipação (Jo 16.11) ? e lançado no Inferno, juntamente com seus emissários, após a sua última e rápida revolta, que se dará logo após o Milênio. É claro que os chamados amilenaristas e pós-milenaristas não concordam com essa assertiva, porém ela é biblicamente verdadeira e incontestável à luz de Apocalipse 20.10, Romanos 16.20, 1 Coríntios 6.3, Judas v.6, 2 Pedro 2.4, etc.
O Trono Branco. Este é o último grande julgamento, o Juízo Final, para condenar todos aqueles cujos nomes não estiverem inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 20.5-11; At 17.31; Rm 2.12-16). É nesse último grande juízo que o Justo Juiz dirá aos falsos obreiros ?Nunca vos conheci? (Mt 7.23). Alguns teólogos pensam que aqui o Senhor se referiu aos não-eleitos, mas o termo grego ginõskõ denota que Ele nunca aprovou (cf. o uso do termo grego com esse sentido em Rm 7.15), reconheceu ou deu crédito ao trabalho dos obreiros que não fazem a sua vontade. O Senhor só tem relacionamento aprovador com quem o ama, o serve e persevera em segui-lo (Gn 18.19; Sl 1.6; Jo 10.14,27; 1 Co 8.3; Na 1.7; Gl 4.9; 2 Pe 2.20-22; Ap 3.11).

Estudo do Pr.Ciro Sanchez Zibordi(extraido do site da igreja Assembléia de Deus de Porto Velho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário